Este tipo de cicatriz se forma quando há destruição das fibras elásticas e colágenas na pele, normalmente causada por um estiramento repentino. É muito comum na adolescência, principalmente entre as meninas, mas os garotos não estão livres das estrias, que ficam prontas para o ataque quando há crescimento ou ganho de peso abruptos.
Já na idade adulta, surgem, também, com mudanças no corpo, por ganho de peso, na gravidez – com frequência – e também fruto de alterações hormonais. As indesejadas linhas se formam por conta da diminuição da espessura da derme e da epiderme. Podem coçar e arder, mas em geral não apresentam sintomas com seu aparecimento.
Há dois tipos de estrias: as recentes e as antigas. As recentes têm a coloração rósea ou púrpura, já as antigas ficam esbranquiçadas. É na fase recente, logo quando surgem, que podem apresentar discreta coceira e ainda virem acompanhadas de um processo inflamatório local, com pequena elevação da pele. Nas pessoas com pele morena e negra, as estrias adquirem uma coloração mais escura do que a pele.
Além dos possíveis motivos já citados, como o crescimento e aumento de peso característicos da adolescência, o aumento da massa corpórea durante a gravidez, principalmente na região abdominal e seios, o uso prolongado de corticoides também pode desencadear estrias no corpo, além dos fatores genéticos que também podem estar envolvidos.
A terapeuta Nice Peixoto conta que tem estrias, oriundas da adolescência e das duas gestações. Mas, como tem a pele muito clara, elas não são tão visíveis e não há um grande incômodo estético. Ela conta que, durante as gestações, como já sabia da possibilidade das estrias aparecerem, passava cremes indicados por médicos e amigas, mas que não viu nenhum resultado nesta prevenção. “Acho que há outros fatores envolvidos e nem sempre a hidratação pode resolver e pesa, também, o fato de ter engordado 18 kg em minha primeira gestação”. Além disto, entre as gestações, Nice desenvolveu hipotireoidismo e acredita que a pele ressecada, um dos sintomas da doença, pode ter contribuído para o aparecimento das estrias.
Fatores e áreas de risco
As mulheres estão mais propensas a desenvolver estrias nos flancos, coxas, glúteos, abdômen e seios e, normalmente, na puberdade. Já durante a gravidez, as estrias se concentram no abdômen e seios. Elas também podem aparecer após a colocação de próteses de silicone, por causa da distensão dos tecidos de forma repentina.
Já em homens é mais comum nos ombros, braços e costas. Para aqueles que praticam musculação de forma excessiva ou que abusam dos anabolizantes, os riscos são maiores.
A dermatologista Darleny Costa Daher alerta que as estrias largas de surgimento abrupto podem ser sintomas de doenças endocrinológicas e, por isso, é sempre importante a avaliação de um médico especialista. “Em geral as estrias causam um desconforto mais estético, mas isso já é motivo para buscar tratamento. Podemos solicitar alguns exames, se acharmos que existem doenças associadas, e indicar o melhor tratamento”, explica a médica.
Tratamentos
Os resultados vão depender da fase em que as estrias estão, o local em que se encontram e a espessura. É importante lembrar que não há cura total, mas há significativa melhora em sua aparência com os tratamentos. A genética do paciente, a raça, a idade e a produção de colágeno individual são fatores que também influenciam neste sucesso.
Além disso, quanto mais cedo iniciar o tratamento, maiores as chances de que os resultados sejam positivos. De cremes tópicos a aplicação de ácidos, laser e peeling, as opções são muitas. O dermatologista é o profissional indicado para diagnosticar e prescrever os tratamentos:
- ácido retinoico: pode ser usado até em casa, com orientação médica. O ácido irá estimular a produção de colágeno na região em que há a estria. É importante manter a pele sempre hidratada;
- microdermoabrasão: promove estímulos para reorganização dos tecidos das estrias e facilita a penetração de outras substâncias, como o ácido retinoico. Deve ser feito por médicos em consultório;
- laser ablativo e fracionado: é uma excelente opção de tratamento, pois requer poucas sessões. É eficaz em estrias antigas, mas uma desvantagem do tratamento é o desconforto na hora das aplicações;
- laser não ablativo: tem ponteiras precisas que não machucam a epiderme, mas demandam um maior número de sessões;
- subcisão: procedimento cirúrgico no qual uma agulha apropriada faz uma ruptura das traves de fibrose, produzindo hematoma no local. Pode ser associado ao preenchimento das áreas atróficas com ácido hialurônico.
De toda forma, lembre-se de que só um dermatologista pode indicar o melhor tratamento para cada caso.